terça-feira, novembro 08, 2005

Vergílio Ferreira: Para Sempre

Quando andava no liceu, a minha professora de português pediu-nos para escolhermos um autor de literatura portuguesa para fazermos um pequeno trabalho. Todos fizeram a sua escolha.... sobrei eu e tu: Vergilio Ferreira.É certo que não conhecia nada da tua obra mas rapidamente fiquei de boca aberta. Afincadamente li tudo o que havia para ler sobre ti e escrito por ti. Tornei-me tua leitora. No dia 1 de Março de 1996 deixaste-nos ainda mais sós neste mundo de confusões e de existencialismos surreais. Nesse dia chorei por ti ao ver o programa que passou no canal 2 com poesias e excertos de ti recitadas por dois actores que não me recordo os nomes mas que também adoro ouvir recitar. Chorei porque me tinha apegado a ti, ao teu pensamento e à tua escrita. Escrevias numa tábua com a caneta entre os dedos do indicador e o médio aquilo que pensavas sobre nós: humanos.
"Somos um país de analfabetos. Destes alguns não sabem ler."Somos um país de contradições, de pessoas que sabem juntar palavras mas continuam sem saber ler a vida e a sabedoria.... Somos um país de história, uma história por vezes incongruente e sem sensibilidade: "O comunismo distingue-se fundamentalmente do facismo porque foi o primeiro."
Somos um país de amantes mas ainda não descobrimos que:"Deus inventou o sexo, nós inventámos o amor. Ele tinha razão."
"Nas utopias que até hoje se imaginaram faltou sempre imaginar o que aconteceria depois. Que se imagine uma vida em que se realizasse tudo o que se desejasse. Alguma coisa faltaria ainda em tudo em que já não faltava, e não saberiamos o quê. É isso que não sabes que é fundamental. " É por isso que te continuo a ler... porque ainda não sei o fundamental.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bonito o texto, lindo mesmo.
E depois me dizes que só no Brasil, os brasucas... nada disso!
Isso é coisa de ser humano e estes são poucos no mundo... Seres Humanos!

Serdes Humana!

Abraço.