Hoje faz 2 anos que vim para Tras - os - Montes trabalhar. O balanço é francamente positivo. Aprendi muito muito. Aprendi que nem sempre as nossas ideias são as ouvidas. Aprendi que aqueles que estão num gabinete num grande centro têm o poder sobre nós.... Aprendi que ás vezes mais vale ficar calar do que falar com gente autista.
Mas também aprendi que os meus valores são os mais importantes para mim e continuo a acreditar nos outros.
Temos de continuar a "olhar para além das fachadas" como dizia o sociólogo Peter Berger.
"À força de secundarizar o essencial em relação ao urgente, acabamos por esquecer a urgencia do essencial". Edgar Morin.
Não se esqueçam que o essencial são aqueles que não tem pão na mesa, aqueles que não sabem governar o seu dinheiro mas querem aprender. Aqueles que trabalham dia e noite e não têm possibilidade de fazer um agrado ao seu filho no dia da criança. Aquela criança que sai de casa para a escola e a unica refeição decente é o leite que bebe na escola.
Para os meus colegas que entraram neste desafio comigo:
já sei que eu tenho veia de comunista ... mas não sou. Sou a favor da igualdade de oportunidades para todos. Sou a favor da liberdade e da democracia participativa. Como sabemos ..... não é preciso sermos comunistas para pensar assim. É preciso é ser humanistas. Enquanto houver gente que pense que é o topo das organizações e não trabalhe com as bases ... isto vai ser tudo igual.
Positivo positivo foi ter encontrado o meu amor em Tras - os - Montes. Quando vim para aqui disseram-me que só está cá quem é de cá ou quem encontra um grande amor. e é por isso que cá estou. Porque tenho um grande amor!
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