Ontem quando estava quase quase a dormir veio-me à ideia um dia muito importante na minha vida. O dia me senti melhor a fazer um exame. Foi o exame de história no 12º ano. Lembro-me perfeitamente que nesse dia estava muito calma porque tinha a certeza que não iria agir como se aquela fosse a prova mais importante na minha vida. Respondi a 4 perguntas como se estivesse a escrever um livro. Ontem à noite veio mais uma vez à memória que naquele tempo eu de facto sabia o que queria e sabia o que escrevia. Saí do exame com uma paz interior que nunca mais tive. Com a certeza e segurança de que estava certa naquilo que dizia. Nunca mais me aconteceu o mesmo. Talvez porque durante aqueles anos de liceu partilhei sempre as minhas dúvidas e as minhas conversas com a minha professora de História.
Lembro-me perfeitamente que foi a professora Gabriela que me disse uma vez que eu deveria ir para Sociologia porque gostava muito de criticar os episódios da nossa história tendo sempre uma perspectiva da importância destes episódios nos dias de hoje. Uma vez ela disse-me que a história não era estudar o passado mas estudar o futuro com a experiencia do passado. Ainda hoje penso assim. E ainda bem. Tenho pena é que minha memória não seja a mesma. Em 5 anos de universidade aprendi a desaprender, ou seja, o sistema de ensino universitário ensinou-me a adaptar-me aquilo que os professores queriam ouvir e não aquilo que eu de facto pensava. Foi pena. Mas ainda continuo a defender e a sonhar que é na discussão e na critica que se conseguem as melhores ideias e as melhores teorias. A minha professora Gabriela estará sempre na minha memória e lembro-me sempre dela nos meus momentos mais importantes apesar de ela já não estar neste mundo. Foi ela que me ensinou tudo o que sei hoje sobre história, as estruturas sociais e a importancia de cada acontecimento no mundo. Foi ela que me incentivou a passar de 6 valores no 10º ano na prova global de história para 18 valores no 12º ano. Foi ela que me ensinou que com persistencia e esforço tudo se consegue nesta vida. E ela lutou sempre, até ao fim.
1 comentário:
Profundo...
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